terça-feira, 25 de outubro de 2011

Blue


 


O Australian Cattle Dog é uma raça relativamente recente. Os principais registros foram feitos por Robert Kaleski que se apaixonou pela raça ainda na adolescência e dedicou sua vida ao estudo e desenvolvimento da raça. Apesar disso, há grande controvérsia sobre quais as raças que teriam contribuído para a formação definitiva do Australian Cattle Dog - ACD. Essa dificuldade se explica pelo grande número de tentativas e combinações que foram feitas até se chegar ao resultado final.
Originária da Austrália, acredita-se que se desenvolvimento aconteceu a partir da colonização inglesa na região. Durante a migração, os ingleses levaram seus cães de trabalho para a Austrália e tentaram aproveitar as raças que possuíam grande habilidade no pastoreio nas ilhas britânicas num ambiente totalmente diferente que é o deserto australiano. Estes primeiros cães eram conhecidos como Smithfields, nome do mercado central de carnes em Londres. Genericamente, estes cães eram descritos como sendo cães pesados, pretos, com orelhas caídas e pelagem longa.Apesar de serem excelentes pastores em sua terra natal, não conseguiam a mesma performance no novo ambiente, especialmente porque a pelagem densa e longa aliada ao calor australiano dificultava sua atuação no trabalho com o gado.
Diante da dificuldade de adaptação destes cães, os fazendeiros locais iniciaram os acasalamentos entre estes cães ingleses com os cães nativos da Austrália, conhecidos como Dingos. O resultado não foi o esperado, uma vez que, apesar dos cães obtidos serem realmente silenciosos como esperado, eram pouco confiáveis porque com freqüência mostravam-se muito mordedores, o que atrapalhava o trabalho com o gado. A tentativa seguinte foi o do acasalamento dos Dingos com os collies. Mais uma vez o resultado não agradava completamente porque desta vez, a grande maioria dos cães latia em excesso, o que também prejudicava a condução dos rebanhos.
Finalmente, em 1840, Mr. Thomas Hall of Muswelbrook, importou um casal de Blue Smooth Highland Collies, cães muito parecidos com os border collies ou bearded collies atuais. Estes cães descritos como cães de coloração blue merle e foram acasalados com os Dingos nativos. A partir destes acasalamentos, obteve cães merle ou vermelhos, que ficaram conhecidos como "Hall's Heelers". Estes cães, que possuíam grande habilidade em conduzir o gado em silêncio e deitavam-se no chão a fim de evitar que o gado saísse da trilha desejada. O trabalho deste pioneiro foi reproduzido até sua morte, em 1870. O trabalho de Mr. Tomas Hall e seu cães, que passaram a ser conhecidos como "Blue Heelers" ou "Queensland Heelers", deu frutos para o desenvolvimento da raça e incluindo alguns acasalamentos com Bull Terrier, visando aumentar a tenacidade dos cães e até mesmo Dálmatas, chegamos ao ano de 1902, quando Robert Kaleski, escreveu o primeiro padrão da raça, baseando-se para isso no tipo físico dos dingos australianos, que acreditava serem os mais bem adaptados ao trabalho na região.
A raça só foi reconhecida pelo American Kennel Club no grupo ´Miscelaneous´ no final da década de 60 e graças aos esforços dos criadores, em 1980 a raça foi finalmente reconhecida plenamente. No Brasil, a raça só começou a ser conhecida bem mais recentemente e ainda há poucos registros e criadores oficiais.


A principal característica dos Australian Cattle Dogs é sua versatilidade e inteligência, que o colocaram em 10º lugar no ranking de inteligência elaborado pelo pesquisado Stanley Coren em seu livro "A Inteligência dos Cães".
Sua inteligência inata e a grande facilidade em aprender rapidamente comandos complexos, fizeram com que a raça ganhasse destaque especialmente entre os fazendeiros que precisavam de cães altamente confiáveis no trabalho com os rebanhos. Mas além de serem excelentes em suas funções originais, os ACD destacam-se em várias outras atividades, como o Agility e as competições de obediência e Schutzhund, onde podem aproveitar todas as melhores qualidades da raça.
Os ACDs se caracterizam por ser reservados com estranhos mas sem demonstrarem qualquer agressividade. Já com seus donos, são devotados ao extremo, a quem seguem como verdadeiras sombras. Como são cães bastante inteligentes e que freqüentemente precisam tomar ´suas próprias´ decisões na condução dos rebanhos, podem se tornar um tanto insubordinados se perceberem que seus donos não transmitem a liderança necessária. Característica básica em sua função original é trabalhar em silêncio.
Não são cães para um dono pouco experiente ou que proporcione pouca atividade física e mental a seus cães. Da mesma forma, não suportam bem a solidão ou a vida isolada de um quintal. Os ACD precisam de contato constante com a sua família e caso não possuam esta experiência, podem desenvolver problemas de comportamento.
Na atividade de pastoreio, são cães especialistas em gado, não sendo a raça mais adequada, por exemplo, para trabalhar com ovelhas, mas com o treinamento adequado, podem realizar o pastoreio sem problemas.
O relacionamento destes cães com crianças e outros animais é bastante bom, lembrando sempre que, por se tratarem de cães de pastoreio, a tendência é que eles encarem crianças e os demais animais como seres a serem pastoreados.


O ACD, independente da cor de seus pais, nasce completamente branco. A cor definitiva se fixa em aproximadamente 1 semana, mas a tonalidade da cor só se confirma após 1 ano.
Como são cães muito ativos e com grande necessidade de atividade, é fundamental que se inicie desde cedo o adestramento de obediência.
Para os cães que forem destinados ao trabalho com o gado, é absolutamente essencial que além do adestramento de obediência, o cão receba o treinamento especifico para a função do pastoreio onde aprimorará seus instintos básicos.



 
O Australian Cattle Dog apresenta uma grande variedade de marcações mas basicamente a cor do cão se divide em Blue ou Red. Da onde vem os nomes pelos quais também são conhecidos Blue Heller e Red Heller.
O ACD tem pelo médio para curto e não necessita de nenhum cuidado especial para a manutenção de sua pelagem, além de banhos eventuais e escovações.

Os ACD são cães rústicos e robustos, que, de maneira geral, gozam de excelente saúde. Os principais problemas enfrentados pela raça são:

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lindinhos e Lindinhas!











MalinoisOs Malinois, freqüentemente confundidos com os pastores alemães em função da coloração de sua pelagem, tem como origem a própria seleção para a obtenção dos Groenendael, uma vez que durante os acasalamentos surgiram cães de pelagem curta e dourada, que deram origem a essa variedade e recebeu o nome da cidade belga de origem.


Pastor Belga


Pastor Belga na verdade é um termo genérico que se aplica a quatro variedades de cães de pastoreio, que diferem entre si principalmente pela pelagem, tanto assim que o Padrão Oficial é o mesmo para os quatro ‘modelos’.
No Brasil, os Pastores Belgas ainda são pouco conhecidos, sendo que o mais popular, é oGroenendael, de pelagem longa e negra, normalmente confundido com o Pastor Alemão preto. As outras três são praticamente desconhecidas: Tervuren, de pelagem longa e dourada, oMalinois com sua pelagem curta e dourada e o Laekenois, que tem pelagem dourada, mas dura e levemente encaracolada, sendo que este é conhecido basicamente na Holanda.
Idênticos em muitos aspectos, cada uma das quatro variedades tem sua própria origem e antepassados.
A oficialização do ‘pastor belga’ enquanto raça deve-se a um aficionado, o então diretor da Escola de Veterinária de Cureghem chamado Adolf Reul, que, em meados do século XIX iniciou um censo entre os cães pastores da Bélgica para tentar obter um padrão único e razoavelmente homogêneo. Como resultado do censo, o prof. Adolf conseguiu estabelecer basicamente 3 variedades mais comuns de pastores: o de pelo comprido e preto; o de pelo curto dourado ou vermelho com pontas e máscaras pretos e os de pelo duro, de coloração cinza ou dourada. Aos poucos, a estes três tipo básicos, o Prof. Adolf incluiu um quarto tipo: o de pelo comprido e coloração dourada com pontas/máscaras preta. Em função da falta de homogeneidade, o clube belga de cinofilia da época recusou-se a inscrevê-los como raça independente, o que só seria feito em 1920.

TervurenJá os Tervuerens, outra variedade de pelo comprido, teriam como origem o cruzamento de dois cães de pelo curto, sendo que a fêmea era filha de um dos exemplares Groenendael.

Groenendael
Segundo alguns historiadores, o Pastor Belga Groenendael, seria descendente dos antigos cães de pastoreio da Europa Central e Deerhounds. Os Groenendael receberam esta denominação como homenagem ao proprietário do castelo de mesmo nome nas redondezas de Bruxelas.

MalinoisOs Malinois, freqüentemente confundidos com os pastores alemães em função da coloração de sua pelagem, tem como origem a própria seleção para a obtenção dos Groenendael, uma vez que durante os acasalamentos surgiram cães de pelagem curta e dourada, que deram origem a essa variedade e recebeu o nome da cidade belga de origem.

LaekenoisOs Laekenois, raros em todo mundo, descendem da mesma linhagem dos primeiros pastores Malinois, a partir da seleção dos exemplares que apresentavam pelo duro. Eram os cães favoritos da rainha Henrietta da Bélgica.
Tantas diferenças fazem com que os organismos internacionais classifiquem os Pastores Belgas de maneira distinta. A FCI, entidade internacional à qual a nossa CBKC está filiada, considera os quatro tipo como uma só raça. Já o American Kennel Club e o The Kennel Club inglês consideram as variedades Groenendael, Tervuren e Malinois como raças autônomas.


De maneira geral, os Pastores Belgas são cães bastante rústicos e habituados à vida ao ar livre, adaptando-se com facilidade aos mais diversos tipos de clima.
As quatro variedades apresentam grande necessidade de atividade, sendo extremamente ativos e brincalhões.
Em suas funções como guarda de rebanhos atuam com extrema eficiência, sendo considerada uma raça de trabalho por definição, o que explica sua utilização cada vez mais freqüente como cão de guarda e de defesa.
Extremamente inteligentes e com excelente faro, os pastores belgas tem aumentado em muito sua popularidade especialmente na Europa.
Apesar de manterem características comuns quanto ao temperamento, os pastores belgas apresentam ainda sutis diferenças, talvez mais relacionadas com o tipo de habilidade que desenvolveram.
emile2.jpg (13948 bytes)Os Groenendaels, apresentam um faro excepcionalmente bem desenvolvido e normalmente é treinado como cão de resgate. Extremamente afetuoso com os donos, é bastante eficiente como cão de guarda. Os Tervurens, apresentam um temperamento bastante semelhante aos Groenendael, sendo considerados apenas mais ciumentos.
Os Malinois também possuem um faro excelente, mas são considerados mais independentes do que os demais, não aceitando muito bem treinamentos rotineiros ou repetitivos. O Malinois faz parte do livro dos recordes, o Guiness Book, como o maior farejador de drogas de todos os tempos. Durante a ECO 92, no Rio de Janeiro, foi escolhido para fazer a segurança do então Presidente Bush. Entre as quatro variedades, é a que tem apresentado maior crescimento em termos de popularidade em todo mundo.
Pastor Belga LakenoisJá os Laekenois são considerados excelentes em sua função como guarda de rebanhos e menos sociáveis do que os demais.
Em função de sua enorme vitalidade, todas as variedades são excelentes competidores em esportes caninos, como o agility, que exige rapidez para vencer obstáculos, e o flyball, prova de habilidade em pegar uma bola e trazer ao dono.
Por serem cães muito afetuosos, os Pastores Belgas precisam ter contato constante com os donos para sentirem-se como ‘parte da família’. Desempenhando sua função de guarda, os belgas atuam de forma peculiar, não abandonando seu território para perseguir um invasor em fuga, o que é considerado uma herança de sua atividade de pastoreio original, quando não podiam largar o rebanho sozinho.
Os Pastores Belgas não costumam interagir facilmente com pessoas estranhas a não ser com a intervenção do dono.
No ranking de inteligência de Stanley Coren, publicado em seu livro "A Inteligência dos Cães", apenas as 3 variedade mais populares são classificadas, sendo que os Tervuren aparecem na 14ªposição, os Groenendaels na 15ª e os Malinois na 22ª posição.

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Por suas características de grande inteligência e vitalidade, o filhote deve ser integrado rapidamente à rotina e hierarquia familiar. Nenhuma das variedades aceita bem castigos físicos e falta de espaço.
Como toda raça grande e de crescimento rápido, é extremamente importante acompanhar o desenvolvimento do filhote a fim de evitar problemas ósseos.
Uma dica importante na escolha do filhote diz respeito às orelhas. No início, as orelhas ficam caídas, devendo levantar-se entre o primeiro e o sexto mês de vida, por isso, ao escolher um filhote opte por aquele que tiver as menores orelhas, entre toda a ninhada, uma vez que sendo menores a chance de se ‘levantarem’ é maior.


bracie175.jpg (10087 bytes)Os Pastores Belgas, por serem cães rústicos e fundamentalmente dedicados ao trabalho não tem predisposição acentuada a doenças e sofre basicamente dos mesmos problemas de outras raças, entre os quais:
  • Epilepsia (cão tem convulsões, salivação intensa e, em alguns casos, perde o controle sobre as funções intestinais).
  • Atrofia progressiva da retina, desenvolvida por volta dos seis anos, que causa cegueira.
  • Pannus. Os vasos sangüíneos dos olhos incham e cobrem parte do globo ocular, causando cegueira. Aparece em geral, entre os cinco e sete anos de idade. Há tratamento à base de esteróides, como a cortisona, mas não elimina o mal. Apenas evita que avance. No Brasil não há notícia de sua incidência
No Brasil, onde a criação ainda é pequena, os Pastores Belgas sofrem com os efeitos da excessiva consangüinidade (acasalamento entre parentes) dos exemplares. Entre os problemas mais comuns estão:
  • Dorso arqueado para cima, o que prejudica a movimentação e implica em menor resistência para andar.
  • Cães com altura fora do padrão - pernaltas ou baixos demais.
  • Pelagem rala demais
  • Musculatura pouco desenvolvida
  • Orelhas muito longas (os Pastores Belgas devem tê-las de curtas a médias)

  

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Curiosidade

 O mosquito palha transmissor da doença Leishmaniose Viceral tem hábitos noturnos, sendo que a transmissão se dá preferencialmente entre 17 e 23 horas e entre 5 e 8 horas. O mosquito voa até 200 metros, portanto, peça a seus vizinhos que façam o mesmo em suas casas, pois caso contrário, de nada valerão seus esforços. Faça tudo o que você pode, pois isto diminuirá a chance de ele ser contaminado. Faça exame de Leishmaniose a cada 6 meses no seu cão e visite o veterinário regularmente,pois ele saberá detectar possíveis sinais da doença. Estaremos sempre à disposição para dúvidas e sugestões.


Reflexão sobre os15 anos de atuação como Médico Veterinário Por Dr Horácio Alves Junior

Prestes a completar 15 anos de atuação como Médico Veterinário de pequenos animais nesta cidade, faço uma reflexão sobre esta história.

            Neste período, nossos clientes e pacientes mudaram muito. Antes tido como um trabalho supérfluo, somente acessível às classes mais altas, hoje nossos clientes são de todas as classes sociais. Os gatos representam hoje em torno de 20% dos pacientes e os cães pequenos, de companhia, que vivem dentro de casa superaram em muito os cães de guarda e caça, que eram mais comuns no início.

            O comportamento do cliente que, ainda hoje procura atendimento mais curativo que preventivo, também vem mudando, chegando com o paciente em um momento mais inicial das doenças, diferente do início, onde recebíamos os pacientes em fase terminal, gerando menores chances de bons resultados.

            Em geral, o respeito aos animais vem aumentando muito, tanto os domésticos quanto os silvestres, gerando indignação na população quando são desrespeitados. Temos hoje várias pessoas que se dedicam a eles, de forma particular ou através da ONG SGPAN, que trabalham em prol da ajuda a estes animais.

            Agora, quanto às doenças, estas me preocupam e este é o motivo pelo qual desejo dividir estas informações com a população. Os casos mais frequentes, ainda hoje são os envenenamentos, os acidentes e as doenças infecciosas. Os envenenamentos seriam fáceis de se reduzir, através da fiscalização da venda do famigerado “chumbinho”, grande causa de morte de cães e gatos. Infelizmente ainda são facilmente encontrados no comércio. Os acidentes, principalmente os atropelamentos, nos mostram que, ainda hoje, os animais têm amplo acesso à rua, gerando riscos a eles próprios e à população. As doenças infecciosas podem, na maioria das vezes serem prevenidas através de vacinações. Todos os cães devem ser vacinados a partir de 45 dias, com as vacinas polivalentes (óctupla em cães e quádrupla em gatos), e a partir de 4 meses com a antirábica e contra leishmaniose. Deve-se preferir vacinas de boa qualidade, principalmente as importadas. Todos os cães adultos têm que ser revacinados anualmente. Não existe vacina que tenha efeito por mais de 1 ano. Fica o lembrete que este ano não haverá campanha de vacinação pública.

            Quanto à leishmaniose, a maior causa de morte entre os cães, a prevenção se dá com a vacina e repelentes. Este problema está muito sério, não só em Caeté como em toda a região.

            Tomando estes cuidados, associados a um bom local para morar, uma alimentação saudável (leia-se ração) e uma boa dose de carinho, nossos animais podem ter uma vida ainda muito melhor.

            Ficam as dicas para todos.



Dr. Horácio Alves

Médico Veterinário